Aspectos geológicos da Subprefeitura Ipiranga

Problemas Geológicos-Geotécnicos relacionados ao meio físico

A ocorrência de fenômenos geológico-geotécnicos está na conjugação de condicionantes naturais tais como tipos de rochas e de relevo com as formas de ocupação urbana (supressão de vegetação, aterramento das várzeas, modificação do perfil natural da encosta pela execução de corte-aterro lançado, impermeabilização do solo, etc). Os principais problemas dessa natureza que afetam a ocupação na Sub-Prefeitura do Ipiranga são os escorregamentos e as inundações, conforme assinalado no mapa em anexo.

Esta sub-prefeitura abrange esquematicamente dois conjuntos de setores bastante diferenciados: os Sedimentos Cenozóicos e o Complexo Embú. Este arcabouço geológico condiciona a morfologia da região, refletindo na existência de um relevo colinoso, com planícies aluviais e terraços do rio Tamanduateí e afluentes.

A seguir serão descritas a duas unidades geológicas aflorantes na região e seus respectivos problemas, causados pela ocupação.

1 – Sedimentos Cenozóicos – Nesta unidade estão agrupados todos os depósitos sedimentares de idades terciária e quaternária a saber: Depósitos aluviais, Formação São Paulo, onde predominam depósitos arenosos e subordinadamente argilas e conglomerados, Formação Resende, onde ocorrem lamitos, arenitos e conglomerados. Os depósitos aluviais têm sua ocorrência ao longo das várzeas dos rios e córregos do município, destacando-se as planícies do rio Tamanduateí, ainda que intensamente remodeladas pela ação humana através de retificações dos canais, aterramento das várzeas etc. Os principais problemas na ocupação dos depósitos aluviais são áreas mais sujeitas à inundação, recalques devido ao adensamento de solos moles e lençol freático raso.

Os sedimentos terciários (formações S. Paulo e Resende) se estendem por toda a área do Distrito do Ipiranga e parte do Distrito do Sacomã. Como principais problemas para a ocupação destas áreas ressalta-se: recalque diferencial na camada mais superficial de argila porosa e dificuldades de escavação, tanto no solo superficial como nos sedimentos desta unidade.

2 – Complexo Embu – Nesta unidade, composta por uma grande variedade litológica, encontram-se agrupadas as rochas mais antigas situadas na área do município. A unidade aflorantes na Sub-Prefeitura do Ipiranga, mais precisamente nos Distritos do Sacomã e do Cursino, compõem-se predominantemente por gnaisses graníticos e biotita-gnaisses migmatizados, além de xistos, mica-xistos, filitos e corpos lenticulares de anfibolitos, quartzitos e rochas calciossilicatadas.

Os principais problemas previstos quando da ocupação são escorregamentos de taludes de corte e aterro, nas áreas de gnaisses e migmatitos, erosão intensa, baixa capacidade de suporte e dificuldade de compactação nos solos de alteração dos gnaisses e migmatitos e baixa capacidade de suporte, dificuldade de compactação de solos de alteração de mica-xistos e filitos, além de escorregamentos de aterros lançados em encosta.

Referências Bibliográficas:

FERNANDES, A.; KAWAI, C.; GURDOS, C.; CARREGA, D.L.; SILVA, F.N.; VILLROTER, F.; BEUTTENMULLER, G.; TAKIYA, H.; MENEGASSE, L.; BARROS, L.; OLIVEIRA, M.A.; MOTTA, M.; DINIZ, M.; LANDGRAF Jr., O.; PRADO O.; SEPE, P.M.; NISHIMOTO V. & NEWERLA, V. 1993. Detalhamento da Carta Geotécnica do Município de São Paulo. In: Prefeitura do Município de São Paulo, Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, A questão ambiental urbana: cidade de São Paulo, São Paulo, p. 381-388. (apud Atlas Ambiental).

http://atlasambiental.prefeitura.sp.gov.br (texto e mapa)

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